As vendas pela internet não param de crescer, e investir neste setor é uma excelente oportunidade para pequenas empresas. Os negócios voltados para o público feminino são os que mais se destacam nas lojas virtuais.
O comércio eletrônico no Brasil faturou mais de R$ 24 bilhões em 2012, segundo a Associação Brasileira do Comércio Eletrônico (Abcomm). e o mercado está cheio de oportunidades para os pequenos.
“O mercado vem aquecido já há alguns anos e para 2013 a perspectiva é que isso não seja diferente. De 2009 pra 2012, a participação das pequenas e médias empresas dobrou dentro do comércio eletrônico”, diz Alexandre Miranda, da Abcomm.
O engenheiro Eduardo Miranda e a contadora Juliana Bueno não perderam tempo. Os dois se conheceram pela internet, casaram-se, largaram o emprego e montaram juntos uma loja virtual de bijuterias. Vendem colares, brincos, pulseiras e anéis.
“A gente viu que o mercado feminino está em expansão, e bijuterias é uma coisa que alem de depender muito da moda, nunca saiu de moda, é uma coisa que mulher adora”, diz Juliana.
O investimento no negócio foi de R$ 200 mil. O dinheiro foi usado na construção do site, anúncios, estoque de mercadoria e no aluguel de uma pequena sala em São Paulo, onde funciona a empresa.
Os empresários montaram um pequeno estúdio fotográfico, onde o próprio Eduardo tira as fotos das bijuterias.
O site é rápido e fácil: O cliente escolhe o produto, se cadastra, e compra. Cinco cliques, cinco minutos.
“Isso é o que a gente chama de usabilidade. É muito importante num site. O cliente tem que conseguir executar a procura do produto e concluir o processo no menor tempo possível, sem que ele tenha dificuldades, e acabe eventualmente buscando outro site porque não conseguiu comprar no seu”, explica o empresário.
É preciso vigiar o mercado o tempo todo. Uma vez por semana, Juliana sai às ruas: “a concorrência não está só na internet, está nas ruas, nos shoppings, e hoje crescendo muito. Então a gente está sempre buscando analisar o concorrente, ver o que ele está oferecendo, para gente vender produtos diferentes, para atrair a clientela para o nosso site”, diz Juliana.
A divulgação é um capítulo à parte. Para os empresários, o principal é estar bem posicionado nos sites de busca. E eles têm uma estratégia para isso.
“O primeiro fator importante é você garantir conteúdo de qualidade no site. Isso está relacionado à escolha de cada palavra para descrever produtos e que as descrições sejam o mais completas possível. Outro fator importante é você ter novidades com frequência no site, por isso a gente coloca novos produtos toda semana, e por último conseguir links relevantes para o seu site”, ensina Eduardo.
E mais uma lição de negócio dos empresários: nem sempre se começa uma loja virtual ganhando dinheiro. O casal teve prejuízo nos primeiros seis meses. Eles então refizeram o mix de produtos e deram a volta por cima. Hoje a loja virtual de bijuterias tem 400 mil visitas por mês e fatura R$ 600 mil por ano.
“A gente tem planos de implementar um novo site ainda mais rápido e que vai vender mais. E a gente espera um crescimento de 25% mais ou menos de faturamento este ano”, diz Eduardo.
Pijamas
Quem também se deu bem com o comércio eletrônico foi a empresária Isabela Barkauskas. Ela era dona de uma loja de pijamas e acessórios em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. No ano passado, resolveu testar a internet, e montou uma loja virtual. Isabela ficou impressionada com o resultado.
A procura pela internet foi tanta que a empresária fechou a loja física só para se concentrar nas vendas virtuais. Agora a porta fica assim, pela metade, só para trânsito dos funcionários. E toda a loja física virou área de estoque da empresa virtual.
Em oito meses, o faturamento da loja virtual já é o dobro do que Isabela ganhava com a loja física. “Foi uma surpresa realmente um retorno que eu nunca imaginei que fosse ter tão rápido e em tão pouco tempo”, diz Isabela.
A empresária investiu R$ 200 mil para montar a loja, fazer estoque e divulgação. E ela encontrou ainda uma maneira de economizar: criou um banner na primeira página do site, e faz parcerias com fornecedores.
“A gente faz troca através de produtos mesmo, eles me dão algumas peças em troca da propaganda que eu faço no site para eles“, explica.
As funcionárias tiram as medidas de cada peça que chega, e descrevem no site. Tem produtos de R$ 8, como calcinhas e meias, até pijamas de R$ 350. As fotos são em vários ângulos, com opção de zoom para detalhes.
Hoje, a loja virtual de pijamas recebe mais de 20 mil visitas e fatura R$ 40 mil por mês. Isabela vê muito dinheiro pela frente.
“A nossa ideia é que, dentro desse ano de 2013, a gente tenha um aumento de 200% do nosso faturamento. Diante de todo investimento que a gente vem fazendo, a gente espera um crescimento muito bom”, diz ela.
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